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sábado, 25 de dezembro de 2010

Desespero pela Cura do Autismo


Os diagnósticos evoluíram, mas são poucos os tratamentos eficazes. Pais recorrem a terapias alternativas suspeitas e, com frequência, arriscadas
por Nancy Shute
QUANDO SE DIAGNOSTICOU AUTISMO em Benjamin, seu primogênito, Jim Laidler e sua esposa começaram a buscar ajuda. "Os neurologistas diziam: 'Não sabemos as razões para o autismo nem quais serão as consequências para seu filho'", relata Laidler. "Ninguém dizia: 'Essas são as causas; esses, os tratamentos'."
Mas, ao pesquisarem na internet, os Laidlers, moradores de Portland, no estado americano de Oregon, encontraram dúzias de tratamentos "biomédicos" que prometiam amenizar ou mesmo curar a incapacidade de Benjamin de falar, interagir socialmente ou controlar seus movimentos. E, assim, os Laidlers testaram essas terapias em seus filhos; começaram com vitamina B6 e magnésio, dimetilglicina e trimetilglicina – suplementos nutricionais –, vitamina A, dietas livres de glúten e caseína, secretina – hormônio envolvido na digestão – e quelação, terapia medicamentosa destinada a eliminar chumbo e mercúrio presentes no organismo. Aplicaram esses supostos tratamentos a David, irmão caçula de Benjamim, também diagnosticado com autismo. A quelação não pareceu ser de muita ajuda. Foi difícil perceber qualquer efeito decorrente da secretina. As dietas trouxeram esperança; para onde fossem, os Laidlers carregavam a própria comida. E Papai e Mamãe continuaram a alimentar os garotos com inúmeros suplementos, modifi cando as doses de acordo com cada alteração comportamental.
O primeiro sinal de fracasso dessas experiências veio quando a mulher de Laidler, cada vez mais cética, interrompeu a administração dos suplementos a Benjamin. Ela esperou dois meses para revelar esse segredo ao marido. Seu silêncio chegou ao fi m quando Benjamin, em uma viagem da família à Disneylândia, pegou um waffl e de cima de um bufê e o devorou. Os pais observaram a cena horrorizados, convencidos de que o garoto teria uma regressão do quadro no mesmo instante em que sua dieta restrita fosse interrompida. Mas isso não aconteceu.
Jim Laidler tinha o dever de saber disso: é anestesista. Desde o começo, estava ciente de que os tratamentos usados em seus fi lhos não passaram por testes clínicos aleatórios,
o padrão-ouro para terapias médicas. "No princípio, tentei resistir", justifi ca. Mas a esperança venceu o ceticismo.
Todos os anos, centenas de milhares de pais sucumbem à mesma tentação de encontrar algo capaz de aliviar os sintomas de seus sofridos fi lhos e fi lhas: ausência de fala ou comunicação, interações sociais ineptas, comportamentos repetitivos ou restritos, como bater palmas ou fi xar-se em um objeto. De acordo com alguns estudos, quase 75% das crianças autistas recebem tratamentos "alternativos" não desenvolvidos pela medicina convencional. Além disso, essas terapias frequentemente são enganosas; não passam por testes de segurança ou efi cácia, podem ser caras e, em alguns casos, produzir danos.

SEM CAUSA, SEM CURA
AUMENTA MUITO A DEMANDA PARA O TRATAMENTO DE AUTISMO, pois mais crianças estão sendo diagnosticadas sob critérios cada vez mais amplos. No início dos anos 1970, quando o autismo era conhecido como "psicose infantil" – mistura de défi cits sociais e defi ciência mental –, considerava-se essa condição rara. Os pediatras recomendavam aos pais já afl itos de uma criança de 8 meses que, por exemplo, não fazia contato ocular que "dessem tempo ao tempo".
Estudos indicavam, nos Estados Unidos, que cerca de 5 crianças em 10 mil apresentavam autismo, mas essa proporção aumentou quando os médicos redefi niram a condição como transtorno do espectro autista, que inclui sintomas mais leves. Com a publicação, em 1994, da versão atualizada da bíblia da psiquiatria, o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, conhecido como DSM, incluíram-se a síndrome de Asperger – condição altamente incapacitante, popularizada pelo fi lme Rain Man – e um grupo abrangente, denominado "transtornos invasivos do desenvolvimento, sem outra especifi cação". Os médicos também começaram a perceber os benefícios do diagnóstico e tratamento precoces. Em 2007, a Academia Americana de Pediatras recomendava a avaliação universal para autismo de todas as crianças entre 18 e 24 meses. Nessa época, a taxa de incidência de autismo disparou para 1 em 110 crianças.
É controverso dizer que diagnósticos mais sofi sticados refl etem um aumento real dos casos, pois pouco se sabe sobre as causas desse problema. "Na grande maioria dos portadores de autismo, não conseguimos identifi car nenhum fator genético claro", indigna-se David Amaral, diretor de pesquisa do Instituto Mind, ligado à University of California em Davis, e presidente da Sociedade Internacional de Pesquisa do Autismo. Não há biomarcadores disponíveis para indicar as crianças sob risco nem para aferir a efi cácia dos tratamentos. O conjunto mais substancial de pesquisa está relacionado às intervenções comportamentais destinadas a ensinar interação social e comunicação, que parecem ajudar de várias formas algumas crianças.
A falta de terapias empiricamente comprovadas torna mais fácil "vender a esperança", trabalho dos vendedores de tratamentos não testados. "O que se tem é uma combinação de pseudociência e fraude", considera Stephen Barrett, psiquiatra aposentado de Chapel Hill, na Carolina do Norte, que escreve sobre terapias médicas duvidosas em seu site Quackwatch.com. "Os pais estão sob grande estresse. E querem ajudar muito seus fi lhos a melhorar. Com o tempo, percebem uma recuperação, mas dão créditos às coisas erradas." Esses ganhos não são decorrentes do "tratamento", elucida o psiquiatra, mas do desenvolvimento da criança com o passar dos anos.
Proliferam na internet os vendedores de fórmulas mágicas. Um site afi rma que os pais podem "combater o autismo de seus fi lhos" ao comprar um livro de US$ 299; outro veicula um vídeo de "uma menina autista que apresenta melhoras após receber injeções de células- tronco". Muitos pais confessam obter informações da internet e, segundo o cientista associado do Centro de Estudo Infantil de Yale, Brian Reichow, "vários deles se baseiam em relatos fantasiosos, amigos ou outros parentes". "Quando se trata de autismo, a pesquisa não sobrepujou os tratamentos."
Ter esperança também não custa barato. Tratamentos alternativos, como a câmara hiperbárica de oxigênio (empregada para reverter a doença da descompressão), que eleva por algum tempo os níveis de oxigênio sanguíneo, custam US$ 100 por hora ou mais, com uma ou duas sessões de uma hora recomendadas diariamente. As terapias de integração sensorial – que podem variar de envolver a criança em cobertores ou acomodá-la em uma máquina de abraçar para brincar com massas de modelar aromatizadas – podem custar até US$ 200 a hora. Os prestadores desses serviços chegam a cobrar US$ 800 a hora por uma consulta e milhares a mais por vitaminas, suplementos e exames laboratoriais. Pais sob monitoramento contínuo da Rede Interativa de Autismo, ligada ao Instituto Kennedy Krieger de Baltimore, relatam gastar uma média de US$ 500 mensais. O único tratamento para autismo que provou ser algo efi caz – a terapia do comportamento – pode também ser o mais caro, pelo menos US$ 33 mil anuais. Embora esses custos geralmente sejam cobertos por programas governamentais de intervenção precoce e pelas redes de escolas públicas, pode ser longa a espera por serviços e avaliações gratuitos. Dito isso, os custos médicos e não médicos do autismo crescem a uma média de US$ 72 mil ao ano, de acordo com a Escola de Saúde Pública de Harvard.
POÇÕES MÁGICAS
A NÃO COMPROVAÇÃO DOS TRATAMENTOS se estende às medicações. Alguns médicos prescrevem drogas aprovadas para outras doenças. Os compostos incluem Lupron – bloqueador da produção orgânica de testosterona (nos homens) e estrogênio (nas mulheres) –, usado para tratar câncer de próstata e "castrar quimicamente" estupradores. Os médicos também receitam Actos, medicamento utilizado na diabetes, e imunoglobulina G intravenosa, geralmente administrada em pacientes com leucemia e aids pediátrica. Todas as três medicações têm graves efeitos colaterais, e sua efi cácia e segurança no combate ao autismo nunca foram testadas.
Outra terapia médica reconhecida que se transformou em "cura" para o autismo é a quelação, principal tratamento para intoxicação por chumbo. A droga converte chumbo, mercúrio e outros metais em compostos quimicamente inertes, que podem ser excretados pelo corpo via urina. Algumas pessoas acreditam que a exposição a esses metais, em particular o metilmercúrio (usado como conservante em vacinas), pode levar ao autismo, mesmo que nenhum estudo tenha demonstrado essa ligação. Na verdade, a taxa de diagnóstico de autismo continuou a crescer após a retirada do metilmercúrio da maioria das vacinas, em 2001. A quelação pode provocar insufi ciência renal, especialmente na forma intravenosa, a mais indicada para o autismo. Em 2005, um menino autista de 5 anos morreu, na Pensilvânia, após receber a quelação intravenosa.

Em 2006, uma preocupação com esse quadro levou o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, na sigla em inglês) a anunciar planos para a realização de experimentos de quelação controlados aleatoriamente para autismo. Mas o Instituto engavetou o estudo em 2008, pois os pesquisadores não conseguiram encontrar "uma evidência clara de benefício direto", e o tratamento colocava as crianças em um "risco superior ao mínimo". Em parte, o receio dos cientistas do Instituto surgiu de estudos laboratoriais demonstrando problemas cognitivos em ratos que receberam a quelação e não apresentavam intoxicação por metais. "Não acho que alguém tinha muita fé nesse tratamento como a solução para um grande número de crianças", adverte o diretor do NIMH, Thomas R. Insel. Seus pesquisadores, acrescenta, estão "mais interessados em testar medicamentos que apresentem uma base mecânica".
Como era de esperar, o cancelamento do estudo alimentou acusações de que a Grande Ciência ignorava as terapias alternativas. Sempre se injetou mais dinheiro para descobrir novas curas que dão certo que para desacreditar aquelas que não funcionam. Até recentemente, a maior parte das investigações sobre autismo foi conduzida dentro dos campos das ciências sociais e da educação especial, áreas em que os orçamentos para pesquisa são modestos e os protocolos, muito diferentes dos empregados na medicina. Às vezes, há o envolvimento de somente uma criança no estudo. "Nem podemos chamar isso de evidência", critica Margaret Maglione, diretora- associada do Centro Sul-californiano de Prática baseada em Evidência (ligada à corporação Rand).
Simplesmente não há uma pesquisa científi ca de ponta sobre tratamentos para autismo; quando existe, a quantidade de indivíduos estudados é, em geral, pequena. Em 2007, a Colaboração Cochrane, órgão independente avaliador da pesquisa médica, promoveu uma revisão das dietas livres de glúten e caseína, baseadas na premissa de que os compostos presentes na caseína, uma proteína láctea, e no glúten, uma proteína do trigo, interferem nos receptores cerebrais. A Cochrane identifi cou dois experimentos clínicos muito pequenos, um com 20 participantes e outro com 15. O primeiro estudo revelou certa redução nos sintomas de autismo; o segundo nada encontrou. Um novo exame leatoriamente controlado em 14 crianças, publicado em maio deste ano por Susan Hyman – professora-associada de pediatria da Escola de Medicina e Odontologia da University of Rochester –, não identifi cou alterações nos padrões de atenção, sono e evacuação, nem no comportamento autista característico. "Paulatinamente, acumulam- se indícios de que (a dieta) não traz tantos benefícios quanto o esperado", explica Susan E. Levy, pediatra do Hospital Infantil de Filadélfi a, que fez a análise das evidências em conjunto com Hyman.
É a primeira vez que Levy sente na pele o nível de esforço necessário para mudar a opinião pública. A secretina tornou-se uma commodity em alta depois de um estudo, em 1998, apontar que três crianças apresentarammelhoras no contato visual, no grau de alerta e no uso signifi cativo da linguagem, após receberem o hormônio durante um procedimento diagnóstico para complicações gastrintestinais. A imprensa, incluindo o Good Morning America e o Ladies' Home Journal, divulgou relatos exultantes de pais que viram seus fi lhos transformados. O Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano e Saúde Infantil se apressou em fi nanciar experimentos clínicos. Até maio de 2005, cinco estudos clínicos aleatórios não haviam conseguido revelar qualquer benefício, e o interesse pela secretina desapareceu. Passaram anos para pôr um ponto fi nal nessa história, revela Levy, que auxiliou na condução de várias dessas experiências: "A pesquisa é muito trabalhosa e o progresso pode ser lento". Os pais podem se sentir desamparados, acrescenta a pediatra, e "querem esgotar todas as alternativas possíveis".
A boa notícia é que a maior demanda por terapias comprovadas está atraindo investimentos para pesquisa. Em 2001, quando se realizou o primeiro Encontro Internacional para Pesquisa em Autismo, não havia mais que 250 participantes. Em maio último, na Filadélfi a, 1,7 mil pesquisadores, estudantes de graduação e defensores dos interesses de pais participaram do congresso. Novas tecnologias e uma ampliação da consciência da população ajudaram o autismo a se tornar um objeto de pesquisa mais atrativo. E, em meados dos anos 1990, os pais começaram a adotar sofi sticadas táticas de lobby e arrecadação de fundos, empregadas para aids e câncer de mama, recorrendo a fundações e ao governo federal. Como resultado, na última década o fi nanciamento para pesquisa em autismo nos Estados Unidos subiu 15% ao ano, com ênfase nas aplicações clínicas. Em 2009, os Institutos Nacionais de Saúde alocaram US$ 132 milhões em recursos para o trabalho com autismo, com um adicional de US$ 64 milhões decorrentes da Lei para a Recuperação e Reinvestimento Americanos [American Recovery and Reinvestiment Act]; boa parte dessa verba é destinada ao desenvolvimento de protocolos de pacientes e outras ferramentas investigativas. Em 2008, as fundações privadas, incluindo a Fundação Simons e a Autism Speaks, ontribuíram com US$ 79 milhões. Segundo a Autism Speaks, investiram-se aproximadamente 27% de todos os recursos em tratamentos investigativos; 29%, nas causas; 24%, em biologia básica; 9%, em diagnóstico.
Essas buscas recentes reúnem esforços para descobrir se a intervenção precoce com terapias do comportamento – que ensinam habilidades sociais por meio do reforço e recompensa – pode ser usada de maneira bem-sucedida em crianças muito novas, quando o cérebro é mais fl exível ao aprendizado da linguagem e da interação social. Um estudo conduzido por várias universidades, lançado on-line em novembro de 2009, revelou ganhos substanciais nas habilidades linguísticas, na realização de atividades cotidianas e no QI (17,6 pontos, em comparação com 7 pontos no grupo-controle) de crianças submetidas à terapia comportamental por 31 horas semanais, durante dois anos, começando quando tinham entre 18 e 30 meses. Sete das 24 crianças no grupo de tratamento melhoraram tanto que seu diagnóstico evoluiu de autismo para "sem outra especifi cação", a forma mais leve; somente uma criança das 24 expostas a outras intervenções recebeu um diagnóstico mais brando. A Rede de Tratamento de Autismo criou um registro de mais de 2,3 mil crianças, a fi m de pesquisar tratamentos para as complicações médicas habitualmente sofridas por autistas (em particular problemas gastrintestinais e difi culdades no sono), e planeja desenvolver guias passíveis de ser usados por pediatras nos Estados Unidos.
POR UMA CIÊNCIA REAL DO AUTISMO NO AFÃ DE ENCONTRAR EDICAMENTOS, incluindo aqueles usado sem outros distúrbios neurológicos, obstáculos mais difíceis devem ser vencidos. As intervenções médicas até agora foram "um pouco desanimadoras", lamenta Insel. Antidepressivos, por exemplo, que estimulam a produção cerebral de serotonina, um neurotransmissor, são muito efi cazes em reduzir os movimentos de mão repetidos nos transtornos obsessivocompulsivos, mas, em agosto, uma revisão patrocinada pela Colaboração Cochrane revelou que essas drogas não aliviaram os movimentos repetidos típicos do autismo. Entre as novas candidatas estão uma medicação que desencadeia o sono de movimento rápido dos olhos, ausente na criança autista, e a ocitocina, um hormônio indutor do parto e da lactação que, supostamente, estimularia os laços entre mãe e fi lho. Em fevereiro, estudo publicado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científi ca francês descobriu que, após inalar ocitocina, 13 adolescentes portadores de Asperger apresentavam um melhor desempenho na identifi cação de imagens faciais. Mas, entre as evidências encontradas em um único estudo e a noção de que essa droga poderia aliviar os sintomas mais devastadores do autismo, há uma enorme distância. Nas palavras de Insel, "temos muito trabalho a fazer".
E esse trabalho está começando a ser realizado. Em junho, uma associação de pesquisadores analisou os genes de 996 crianças da primeira à quinta série escolar e descobriu novas e raras variações genéticas em autistas. Muitas dessas imperfeições afetam genes que controlam a comunicação através das sinapses – os pontos de contato entre neurônios no cérebro, foco central das investigações sobre autismo. "As presentes mutações são diferentes [entre os indivíduos], mas há algumas vias biológicas em comum", segundo Daniel Geschwind, um dos coordenadores dessa pesquisa e professor de neurologia e psiquiatria da Escola David Geff en de Medicina da UCLA. Geschwind é também fundador do Autism Genetic Resource Exchange, um banco de dados utilizado no estudo com amostras de DNA de mais de 1,2 mil famílias com casos de autismo. Os exames para confi rmar um culpado – ou comprovar tratamentos que possam corrigir as variações – ainda estão longe de ocorrer.
Por enquanto, os pais devem cada vez mais optar por não fazer experiências em seus fi lhos, isso se conseguirem dormir tranqüilos à noite. Quando seu fi lho, Nicholas, foi diagnosticado aos 2 anos, Michael e Alison Giangregorio, moradores de Merrick (estado de Nova York), decidiram usar somente tratamentos com bases científi cas, como a análise comportamental aplicada. "É muito difícil e desafi ador ajudar meu fi lho", desabafa Michael. "Não estava disposto a tentar terapias experimentais. Era meu dever aplicar somente aquilo em que médicos e pesquisadores despenderam tempo para comprovar o funcionamento e provar que não causaria nenhum dano adicional." Hoje, Nicholas tem 9 anos e, embora permaneça não verbal, a terapia do comportamento o ensinou a usar sinais físicos para indicar quando precisa ir ao banheiro. Agora, ele pode lavar suas mãos, sentar-se à mesa em um restaurante e caminhar pelos corredores de uma farmácia sem fi car batendo palmas. "Obviamente, o objetivo da minha e da maioria das famílias é levar a vida mais normal possível", relata Michael, executivo de Wall Street, de 45 anos. "Normal é sair para jantar com a família."
Matéria da Edição de Novembro de 2010 da Revista Scientific American:

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Terceira Conferência Internacional sobre Vacinas

Terceira Conferência Internacional
sobre Vacinas
Dezenas de médicos norte-americanos e europeus voltaram a fazer
— como milhares de pais — a pergunta:
"As vacinas são seguras?".
 O evento ocorreu em novembro de 2002, em Washington,
com a presença de peritos de nome internacional,
 que alertaram sobre as possíveis conexões entre as "picadas"
 e o aumento alarmante de doenças como autismo,
diabete e asma nas crianças
Havia sobre a mesa um estudo realizado na Dinamarca ao longo de oito anos, revelando que os casos de autismo acontecem na mesma proporção entre crianças vacinadas e não vacinadas com a vacina SCR (contra sarampo, caxumba e rubéola).

A conclusão imediata das autoridades de saúde — "não existe vínculo algum entre as vacinas e o autismo" — foi contestada em Washington pelo número cada vez maior de peritos que questionam a segurança das "picadas".

"O que não conta esse estudo, é que o thimerosal, um conservante com altíssima concentração de mercúrio, foi removido das vacinas na Dinamarca muito antes da suspeita de que era tóxico"
, declarou no microfone o Dr. Paul Shattock, vice-presidente da Associação Mundial de Autismo. "Pois bem, esse conservante está sendo utilizado sistematicamente nos EUA desde 1999, quando finalmente reconheceram, que o conteúdo de mercúrio nas vacinas era muito superior aos limites recomendados".

O Dr. Shattock, que viveu o trauma do autismo com o próprio filho Jamie, enfrentou, como muitos outros médicos, o dilema: comungar no dogma científico ou seguir seu instinto de pai.

"As autoridades de saúde tem defendido a todo custo a segurança das vacinas e constantemente estão menosprezando os pais, deixando que eles se sintam culpados"
, acusou Shattock. "Mas os pais e a população inteira precisam de uma resposta. Esta não chegará até que haja pesquisas suficientes e imparciais sobre os efeitos reais das vacinas".

O autismo afeta uma entre cada 250 crianças nos EUA e 50% dos pais estão convencidos de que existe uma estreita relação entre a doença e as vacinas. A pedido do congressista Dan Burton, avô de uma criança autista, o Capitólio se interessou pelo assunto e criou uma comissão especial para investigar o suposto vínculo.

Dezenas de associações, como o National Vaccine Information Center e People Advocating for Vaccine Education estão trabalhando para fazer chegar o assunto até a opinião pública. Centenas de pais, protegidos pela lei de indenização aos prejudicados pela vacinação, estão planejando uma batalha legal contra a indústria farmacêutica.

"Esperamos ter êxito. Ao nosso lado estão os advogados que conseguiram sentar os  fabricantes de cigarros no banco dos réus"
, afirma Jeffrey Sell, advogado e pai de gêmeos autistas de oito anos, Ben e Joe.

Jeffrey Sell comoveu os presentes à Conferência de Washington com a história de seus filhos: "O primeiro afetado foi Ben. Seus sintomas de autismo começaram aos nove meses de idade. Joe foi um menino perfeitamente normal até os 15 meses,quando recebeu a vacina SCR. Durante dois dias teve febre altíssima, depois veio diarréia, regressão e deixou de falar".

Então, tomou a palavra o Dr. Andrew Wakefield, gastroenterologista britânico que, dois anos antes, sugeriu em um artigo polêmico, publicado na revista médica Lancet, o vínculo possível entre a vacina SCR, a inflamação intestinal e o autismo.

Wakefield reconheceu o alcance limitado de seu estudo e insistiu que as autoridades médicas estudassem esta hipótese: "Será que as infecções causadas pelos vírus vivos nas vacinas podem prejudicar o sistema central nervoso de algumas crianças?"

"Não podemos continuar falando de coincidência, quando milhares de crianças completamente normais começam a apresentar sintomas de autismo, depois de receber uma vacina"
denunciou Barbara Loe Fisher, fundadora do National Vaccine Information Center. Há 18 anos, Barbara também passou pelo pesadelo de muitos pais, quando seu filho caiu nas malhas do autismo. Ela o atribuiu, naquela época, a "picada" da vacina DPT (contra difteria, coqueluche e tétano). A sua busca continua: "é a falta de resposta que está provocando a revolta dos pais. Precisamos de informação e estudos sobre os efeitos reais das vacinas. Começamos a ter um parte da classe médica ao nosso lado”.

O último médico a alertar contra o thimerosal nas vacinas foi precisamente o Dr. Neal Halsey, ex-presidente da Academia Americana de Pediatria. "Muitos dos argumentos contra as vacinas estão fundamentados em hipóteses não comprovadas ou em elos causais com pouca prova", declarou Halsey. "Mas gradualmente estou me dando conta, de que existe um risco real para as crianças".

A maioria dos pediatras não informa os pais sobre os riscos das vacinas e se limita a aplicar displicentemente as "picadas". Os pais norte-americanos denunciam cerca de 14.000 incidentes pós-vacinais por ano. Entretanto, se teme que os casos de reações adversas estejam mais próximos de 140.000 e que não apareçam por falta de conhecimento ou pela pouca colaboração dos médicos.

Os pais estão há anos alertando, não apenas contra o alto teor de mercúrio, mas também contra os riscos de vacinas combinadas e da overdose de vacinas que recebem as crianças. Muitos questionam o calendário vacinal e decisões como vacinar bebês de dois meses contra Hepatite B, uma doença que se transmite por via sexual e sangüínea.
Sarampo, caxumba e rubéola  (SCR / MMR)
Alguns fatos a respeito dessas três doenças
 e a vacina SCR, que não é nem segura, nem eficaz
Sarampo, caxumba e rubéola raramente são doenças graves da infância. Todas as três conferem imunidade vitalícia para a criança saudável e bem nutrida. Diversos estudos médicos mostram que essas doenças preparam e amadurecem o sistema imunológico, diminuindo, desta forma, o risco de doenças graves, como asma e câncer dos ovários na vida futura.

Muitas crianças pegam sarampo apesar da vacinação, como confirmam relatórios médicos do mundo inteiro. Um estudo realizado durante 12 anos na Finlândia, mostrou que, sete entre nove crianças previamente vacinadas, contraíam sarampo ao compartilhar o dormitório com uma criança infectada. O estudo concluiu que a proteção verdadeira contra sarampo não será obtida com vacinação.

Outro fenômeno preocupante é o sarampo atípico, um problema que surgiu logo após a primeira introdução da vacina. Esta forma de sarampo ocorre apenas em crianças que foram previamente vacinadas contra sarampo. O sarampo atípico resiste ao tratamento e muitas vezes degenera em pneumonia e meningite.
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Fonte: Vaccine Fact, maio 2003
Informações adicionais você encontra nos links
do item
VACINAS NA INTERNET

http://www.taps.org.br/Paginas/vacinart06.html

Neurônios apresentam disfunção química ligada ao desenvolvimento cerebral Marcos Pivetta

Neurônios de autista: alterações na morfologia  
Um dos distúrbios neurológicos mais comuns em recém-nascidos, o autismo é uma doença de origem complexa que, há décadas, desafia a pesquisa médica. É provável que fatores ambientais, como a exposição a metais pesados, pesticidas ou outros agentes tóxicos, desempenhem um papel no aparecimento dessa intrigante condição ou na ampliação de seus sintomas. Mas boa parte dos estudos tenta avançar na compreensão da intrincada base genética do autismo, que pode ser causada por um número ainda desconhecido de mutações e alterações em diferentes genes ou trechos do genoma humano. Uma equipe de pesquisadores brasileiros acredita ter encontrado uma pista sobre um dos mecanismos que pode estar por trás do surgimento da doença, caracterizada por comportamentos repetitivos e uma séria dificuldade de comunicação e de integração social.
A partir de dentes de leite de uma criança de 5 anos com autismo atendida no Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) financiados pela FAPESP, os cientistas obtiveram células- -tronco de pluripotência induzida (iPSC, na sigla em inglês) e as transformaram em neurônios no laboratório. Dessa forma, puderam observar uma importante alteração num determinado canal de cálcio cujo bom funcionamento é de extrema importância nos estágios iniciais do processo de desenvolvimento dos neurônios. “Há menos cálcio alterando a ativação de vias celulares que podem estar relacionadas com o aparecimento do autismo nesse caso”, comenta a geneticista Maria Rita Passos Bueno, da USP, uma das autoras do estudo, ainda não publicado, que analisa a genética da doença há uma década. A obtenção da linhagem de iPSC e de neurônios com autismo ocorreu no laboratório do brasileiro Alysson Muotri na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), onde uma aluna de doutorado de Maria Rita, a bióloga Karina Griesi Oliveira, passou um ano aprendendo essa nova técnica de reprogramação celular. Os neurônios de pacientes com autismo apresentam também uma morfologia distinta das células nervosas normais, segundo a literatura científica. Eles têm um núcleo menor e suas ramificações são em número reduzido. “Isso pode significar que há um problema de desenvolvimento ou de maturação dos neurônios”, afirma Muotri.
A hipótese parece fazer sentido, visto que a equipe do brasileiro em San Diego encontrou resultados semelhantes ao estudar os neurônios de pacientes com outra desordem do desenvolvimento cerebral, a síndrome de Rett, obtidos igualmente a partir de células iPSC derivadas da pele. Embora apresente alguns sintomas similares ao autismo clássico, esse distúrbio afeta quase exclusivamente as garotas e tem uma causa bastante precisa: mutações no gene MeCP2, localizado no cromossomo X, causam a imensa maioria dos casos da doença. Esse gene contém as instruções para a síntese de uma proteí­na, também denominada MeCP2, que é importante para o desenvolvimento do cérebro e atua como uma espécie de chave bioquímica para a regulação de outros genes. Anomalias que afetam a produção dessa proteína acabam alterando o padrão de funcionamento de outros genes. Coincidentemente, no caso dos neurônios derivados de iPSC dos pacientes com síndrome de Rett ficaram constatadas alterações em vias químicas que também dependem do cálcio para serem ativadas, uma disfunção similar à encontrada no paciente brasileiro com autismo. “Pode ser que a proteína MeCP2  seja importante para a regulação da via de cálcio”, diz Muotri.
Rearranjo de cromossomo - No estágio atual dos estudos, é impossível afirmar se o canal de cálcio está implicado em todos os casos de autismo (e de outras desordens neurológicas similares) ou em apenas um pequeno número de manifestações da doença. Especificamente na síndrome de Rett, o quadro é mais simples. A causa genética da doença é conhecida e modelos animais mostram que, se os níveis da MeCP2 forem normalizados, os sintomas da síndrome diminuem. No autismo, a situação é mais complicada e nuançada. Não há apenas um gene ou um grupo de genes associado ao surgimento da doença. São conhecidas algumas alterações genéticas ligadas ao autismo, mas não se sabe quantas mais podem existir. A criança brasileira que forneceu os dentes para o trabalho das equipes da USP e da UCSD, por exemplo, desenvolveu o distúrbio neurológico em razão de uma rara alteração envolvendo segmentos de dois de seus cromossomos. Um trecho da sequência genética normalmente encontrada no cromossomo 3 trocou de lugar com um pedaço do cromossomo 11. Esses chamados rearranjos do carió­tipo, do conjunto de cromossomos de um organismo, podem eventualmente resultar em doenças. “Menos de 5% dos autistas apresentam rearranjos cromossômicos”, diz Karina.
No Centro de Estudos do Genoma Humano, os pesquisadores caracterizaram outros dois casos de autismo devido a esse tipo de anormalidade genética, um com um rearranjo nos cromossomos X e 2 e outro com alteração nos cromossomos 2 e 22. Com o auxílio do pesquisador Matthew State da Universidade de Yale, Karina conseguiu precisar o local exato em que os cromossomos dos três pacientes estudados se romperam. Às vezes, a ruptura se dá no meio da sequência de um gene, que, avariado, perde sua funcionalidade. Se for um gene importante, o problema pode causar distúrbios. “Se encontrarmos mais mutações ou rearranjos genéticos associados ao autismo e a problemas na ativação desse canal de cálcio, a hipótese de que essa via química é realmente importante para o aparecimento da doença ganhará força”, diz Maria Rita. Se a ideia se mostrar correta, os pesquisadores poderão, no futuro, averiguar a ação de fármacos que atuam nessa via química em modelos animais com quadro similar ao autismo ou diretamente em neurônios humanos, derivados de células iPSC. “Podemos tentar desenvolver novos compostos ou mesmo testar moléculas já conhecidas que hoje estão disponíveis nas bibliotecas de drogas das empresas de biotecnologia. O uso de neurônios derivados de iPSC de cada paciente para a triagem de novas drogas é o primeiro passo para uma medicina personalizada”, afirma Muotri.

Vacinas: saiba mais sobre elas!


Um método para estimular o sistema imunológico
Nós, seres humanos, somos compostos de mais ou menos cem trilhões de células, a maioria especializada em cumprir determinada função no organismo.
Mas na nossa constituição entram também outros seres microscópicos, tais como:  bactérias, vírus, fungos, vermes, e só no aparelho digestório, temos cerca de dez vezes mais microrganismos do que as células do nosso corpo.
Lí certa vez que um professor norte-americano disse que somos 90% bactérias e 10% humanos. A maior parte desses pequeninos seres trabalham para nós e nos ajudam a manter nosso complexo funcionando. Atribuir a culpa de uma infecção aos microrganismos é muito simplista e mostra desconhecimento da natureza humana, uma vez que temos que conviver com eles, porém fomos dotados de um sistema de defesa chamado sistema imunológico que deve manter aquela população sob controle.
Se o sistema imunológico fraquejar e não cumprir com o seu papel básico, poderemos ter uma vitória dos microrganismos, o que conhecemos por infecção, uma vez que temos neste planeta uma lei que não deve ser esquecida: o mais forte “come” o mais fraco.
Como nós, seres humanos, mal sabemos ainda como deveríamos regrar nossas vidas para nos mantermos fortes, somos vez ou outra, atacados pelos pequeninos e as consequências podem ser desde um leve mal-estar até mesmo a morte.
Não faz ainda um século que a ciência criou mecanismos que ajudam o homem a combater as infecções, como os antibióticos que reduzem o número de agentes infectantes, permitindo ao sistema imunológico fazer o resto do trabalho. Percebam aí que o sistema imunológico faz o papel principal e o antibiótico o secundário. Não subestimemos nossas defesas.
A ciência também criou um método para estimular o sistema imunológico a evitar as infecções contra as quais ele não tinha forças para lutar e isto se chamou vacinação, porque as primeiras experiências foram feitas em vacas.
A vacinação constitui um processo de matar ou atenuar os agentes infectantes e injetá-los no organismo para induzir uma resposta de defesa, produzindo células com capacidade de matar os microrganismos infectantes, conhecidos como anticorpos. Assim nasceram as vacinas antivariólicas, tuberculose, poliomielite, entre outras, que ajudaram a combater grandes epidemias dessas doenças. Mas as vacinas não deixam de serem corpos estranhos à nossa fisiologia, é como a criança que apanha dos colegas na escola e chega em casa chorando e apanha mais ainda para aprender a se defender, pode funcionar mas deixa sequelas.
É preciso que se saiba que as vacinas não são tão inocentes, pois têm efeitos colaterais; vejam o que dizem alguns órgãos especializados: o governo britânico alertou os neurologistas para uma síndrome rara neurológica chamada de Guillain-Barré que é causada pela vacina contra a gripe suína e que causa paralisia, insuficiência respiratória e até morte.
No Brasil, o Ministério da Saúde admitiu que vai monitorar a ocorrência desta síndrome, embora seja rara. Na Suíça, pouco mais de um mês depois da vacinação contra a gripe suína 5 das 7 pessoas que morreram em decorrência da gripe haviam tomado a vacina e 2 fetos haviam morrido no útero materno após as mães terem tomado a vacina. Também foram registrados 197 casos de efeitos colaterais, inclusive 5 casos de perda de consciência e 1 caso de convulsão.
Isto não deve desencorajar a vacinação, mas é importante tomar conhecimento de que tais ocorrências existem. Quanto ao conteúdo das vacinas, também é preciso atentar para o fato de que os pacientes desconhecem tudo o que há nas vacinas, por exemplo, que elas contêm alumínio, metal perigoso para o nosso organismo. O  departamento de saúde da França relata que 25 vacinas usadas lá contêm alumínio em doses tóxicas, e que cada inoculação feita em recém-nascidos contém 20 vezes a dose tóxica!
Como se vê, os aditivos colocados nas vacinas produzem efeitos colaterais importantes e isso inclui e, em alguns casos, incluía, pois foram modificados: mercúrio, alumínio, formaldeído, glutamato monossódico, sulfetos e etilenoglicol (anticongelante). Muitos desses aditivos já foram relacionados com distúrbios que vão desde danos ao cérebro e aos nervos até distúrbios de déficit de atenção e hiperatividade.
De acordo com os especialistas em saúde pública, os avanços conquistados no controle das doenças infecciosas nos últimos cem anos não foram devido às vacinas, mas às melhorias das condições de vida e saúde pública como, água mais limpa, esgoto tratado e a disponibilidade e qualidade da alimentação.
Dr. José Roberto Kater é médico especializado em ginecologia e obstetrícia, nutrologia, homeopatia, antroposofia e medicina quântica integrada.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Brasileiro encontra caminho para cura de 90% dos tipos de autismo, além de Rett

Por Paiva Junior
Sim, 90% dos tipos de autismo têm causas genéticas e poderão ser curados num futuro (que desejamos ser próximo), assim como a Síndrome de Rett. A conclusão é do neurocientista Alysson Muotri, que trabalha na pesquisa da cura do autismo nos EUA.
Em entrevista exclusiva com o neurocientista, que trabalha e reside em San Diego, na California, foi possível entender melhor o que a mídia mundial noticiou há três semanas: uma esperança para a cura do autismo. Aliás, as palavras “cura” e “autismo” jamais estiveram juntas na história da ciência. Só por esse fator, o trabalho já é um marco. Além de Alysson, os neurocientistas Carol Marchetto e Cassiano Carromeu formam o talentoso trio brasileiro que lidera esse trabalho.
Todas as reportagens citavam a cura do autismo. As mais detalhadas, porém, diziam que o tipo de autismo era a síndrome de Rett apenas. Sem entrar na discussão de Rett estar ou não incluída no espectro autista, isso incomodou muita gente e algumas pessoas que se animaram com a notícia se desapontaram ao saber que o trabalho foi feito apenas com  essa síndrome -- que afeta quase que somente meninas (pois os meninos afetados morrem precocemente). Muitos diziam: “síndrome de Rett não é autismo!”. Então de nada valeria a pesquisa para os autistas.
Certo? Errado.

Alysson não gosta de comentar trabalhos ainda não publicados, porém me revelou com exclusividade que seu próximo trabalho é exatamente o mesmo feito com síndrome de Rett, porém utilizando pacientes com autismo clássico, que deverá ser publicado em algum momento de 2011. E ainda adiantou que os resultados de um subgrupo dessa pesquisa foi o mesmo que conseguiu com os Rett: “os sintomas são similares aos de Rett, mas ainda não tentamos a reversão propriamente dita, mas acreditamos que deva funcionar da mesma forma; os experimentos estão incubando; tudo isso é muito recente ainda. E a filosofia é a mesma: se curar um neurônio, ele acredita que poderá curar o cérebro todo. Quando perguntei se ele já sabe onde será publicado esse trabalho e se tinha mais detalhes, a resposta foi imediata: “Não, ainda é muito cedo, precisamos terminar uma serie de experimentos”. Essa nova pesquisa envolveu vinte pacientes com autismo clássico. “Em alguns casos conseguimos descobrir a causa genética, o que facilita mais a interpretação dos dados”, explicou o brasileiro. Aliás, segundo ele, seria possível identificar o autismo em um exame, usando essa mesma técnica, mas isso hoje seria imensamente caro e complexo, portanto ainda inviável.
A droga para essa possível cura, possivelmente uma pílula, segundo Alysson deve vir em cinco ou dez anos, mas ele adverte: “Não se esqueça que a ciência muitas vezes dá um salto com grandes descobertas. Previ que este meu estudo demoraria uns dez anos e consegui fazê-lo em três anos”, explicou ele, referindo-se à descoberta do japonês Yamanaka de fazer uma célula “voltar no tempo” e reprogramá-la (veja explicação neste link), o que “acelerou” o trabalho do neurocientista.
Outra informação importante revelada por Alysson foi que ainda não se sabe como se comportará o cérebro quando curado do autismo. Tanto a pessoa pode simplesmente “acordar” do estado autista e passar a ter desenvolvimento típico (“normal”), como pode dar um “reset” no cérebro e ter que aprender tudo de novo, do zero, mas aprendendo naturalmente como as crianças neurotípicas (com desenvolvimento “normal”). Pode ser que a pessoa “curada” de autismo passe a ter outros gostos e interesses e até perder algumas habilidades que tinha antes, supõe o pesquisador brasileiro, que ainda tem um longo caminho pela frente no aprimoramento da sua técnica e na busca pela droga mais eficiente, que é o próximo passo das pesquisas. “É um trabalho importante, pois hoje há 1 autista para cada 105 crianças nos EUA”, informa ele.

INTERESSE DA INDÚSTRIA

Por último, ele revelou na entrevista que a indústria farmacêutica já o procurou, mas o laboratório vai seguir de forma independente também, com menos investimento, mas sem muito medo de riscos na busca pela cura definitiva do autismo para todas as idades, que é o desejo do palmeirense Alysson Muotri.
Esses laços evidentes com o país natal, faz o cientista “investir” em ajudar e incluir o Brasil nas pesquisas. Há uma parceria dele com uma equipe da USP (Universidade de São Paulo). A bióloga Karina Griesi Oliveira, passou um ano com os brasileiros na California aprendendo essa nova técnica de reprogramação celular (leia mais neste link da revista Pesquisa, da Fapesp). “Com colaboração da Karina, estamos também trabalhando com alguns pacientes brasileiros”, destacou o paulistano, que também graduou-se na USP.
Muitos dados citados na entrevista, como a estatística de 1 para 105 ainda nem foram publicados, pois, como diz Alysson, estamos lidando aqui com a “nata” da ciência: É a “cutting-edge science”, definiu ele, em inglês. “Esse número foi divulgado na ultima reunião da Sociedade de Neurociências, realizada em novembro de 2010, em San Diego (EUA)”, contou ele, que lidera onze pessoas em sua equipe, que, em alguns momentos, chegou a ter vinte integrantes.
Os detalhes da pesquisa estão na coluna quinzenal "Espiral" de Alysson no portal G1 e a minha entrevista exclusiva completa com o neurocientista brasileiro -- que durou uma hora e dez minutos -- você poderá ler, na íntegra, na próxima edição da Revista Autismo, que sai no primeiro trimestre de 2011 -- valerá a pena aguardar!
Talvez hoje ainda não possamos dizer que o autismo é curável. Mas agora também não se pode mais dar a certeza de que seja incurável.

Paiva Junior é editor-chefe da Revista Autismo e entrevistou Alysson Muotri, por telefone, no dia 02.dez.2010.



*A reprodução deste texto é permitida sem necessidade de autorização, desde que cite-se a fonte e o autor. Se reproduzir na web, inclua também um link para nosso site (RevistaAutismo.com.br).



AUTISMO É TRATÁVEL

Autismo Induzido por mercúrio nas vacinas (Thimerosal)





Recentes estudos realizados por pesquisadores americanos e canadenses, confirmaram que fatores biológicos (e genéticos) influenciam a manifestação de sintomas autísticos.

Muitas crianças nos Estados Unidos e Europa tem sido re-diagnosticadas como portadoras de "Autismo Induzido por Mercúrio".

A Causa:
Muitas de nossas crianças nascem com uma pré-disposição genética para reter metais pesados (cobre, chumbo, alumínio, mercúrio, etc) no organismo ao invés de excretá-los. O problema maior é causado pelo mercúrio, sob a forma de "Thimerosal" contido nas vacinas infantis (vide detalhes em Thimerosal). Ou seja, quanto mais vacinas contendo mercúrio são administradas maior a regressão e a quantidade de mercúrio acumulado no organismo. Após o término do ciclo de vacinação infantil, estas crianças tem acumulado no organismo quantidade de mercúrio superior até 72 vezes acima do limite máximo tolerável para uma pessoa adulta.

Ocorre que o mercúrio permanece na circulação sangüínea por volta de 6 meses após a exposição, depois vindo a se concentrar no cérebro, ali permanecendo "oculto" e causando grave degeneração dos neurônios.

Veja os detalhesem vídeo:
http://www.autistas.org/video_neuronios.html


Autismo Induzido por mercúrio nas vacinas (Thimerosal)


Lamentavelmente, quanto mais tempo se leva para detectar a intoxicação por mercúrio, mais comprometido se torna o indivíduo, pois o mercúrio causa danos irreversíveis.
Pelo menos nos Estados Unidos, desde 2001 já não são mais fabricadas vacinas contendo Thimerosal (mercúrio). No Brasil, a situação ainda são fabricadas e aplicadas vacinas com mercúrio. Porém cabe destacar que, não são as vacinas propriamente ditas que induzem ao autismo, mas sim o "conservante" Thimerosal que é o causador do problema. Embora, as vacinas também possam causar problemas de saúde à indivíduos hipersensíveis (vide link Vacinas).

Para maiores informações, uma boa sugestão é visitar o grupo de discussão "Autism-Mercury"
FONTE: http://www.autistas.org